Artistas
A alma humana, você e o universo de Jung é fruto da inspiração do inconsciente coletivo e o trabalho de muitos artistas. Aqui você conhece um pouco mais de cada um dos envolvidos na criação das obras.
Os artistas estão apresentados em ordem alfabética.

Camila Whitaker
Assina a direção de arte e cenografia da exposição, além da obra Jung e o Mistério. Presente desde o primeiro momento de criação d’A alma humana, você e o universo de Jung, Camila viveu ao longo dos últimos dois anos um processo profundo de conhecimento e experimentação de saberes, que vem se revelando em autoconhecimento e transformações.
Na obra que simboliza a biografia do pensador, Camila parte de cordas diferentes para trançar fatos, viagens, inspirações experimentadas por Carl Gustav Jung ao longo de 85 anos.
Camila Whitaker é diretora de arte e cenógrafa

Flavio Vieira
Duas substâncias aparentemente antagônicas se enfrentam, resistem e colapsam até se tornarem uma só. O vídeo retrata a tensão entre a razão e o instinto, a rigidez e a fluidez, o controle e a entrega. Com um texto irônico e provocativo, inspirado no conceito dos arquétipos Anima & Animus, a obra propõe uma travessia simbólica: da forma ao líquido, do nome ao indizível. Não há vencedores. Há fusão. Há alma. Uma alma em busca constante: o equilíbrio entre o masculino e o feminino que nos habita.
Flavio Vieira é roteirista/escritor e desenvolvedor de propriedade intelectual. Fundador da bicho.rec.br

Isabela Amado
Aquarelar para a A alma humana, você e o universo de Jung foi pela Isabela um mergulho inesperado e surpreendente. A partir das gravuras do Rosarium Philosophorum, tratado publicado em 1550, compreendeu o papel fundamental que a alquimia atribui à ideia do que é chamado de “matrimônio místico”. A expressão coniunctio, usada para designá-la significa aquilo que hoje chamamos de ligação química, conhecida por afinidade. Esse universo, junto com seus símbolos e imagens, foram o ponto de partida para recriar o traço das gravuras do manual de alquimia, associado à interpretação de cores orientadas na obra de Jung. Tudo isso junto com a impermanência da técnica da aquarela, premeada com as manchas, nuances e movimentos da interação do pigmento com a água.
Isabela Amado é aquarelista
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Luciana Branco
Foi em um tapetinho de yoga que a ideia da exposição A alma humana, você e o universo de Jung ocorreu à Luciana. Depois do espanto criativo, foram mais de dois anos de trabalho para reunir artistas com diferentes experiências e linguagens, organizar conteúdo em parceria com os curadores, busca recursos financeiros e parcerias para, simbolicamente, compartilhar a cosmovisão de Jung com o público leigo. O texto da instalação Si-mesmo é uma criação de Luciana, que vem dedicando sua criatividade e trabalho para promover o autoconhecimento.
Luciana Branco é diretora de criação e analista junguiana em formação pelo IJEP, autora do romance Vou te resgatar quantas vezes forem necessárias.

Luma Assis
A mandala da Sonhografia de Jung foi criada por Luna com pinceladas livres e busca expressar a matéria viva dos sonhos que conduziram Jung ao seu próprio centro. A obra foi feita diretamente na parede do museu, em meio à montagem da exposição o que confere um caráter único de expressão influenciada pelo ambiente. Luma é multi artista e atua em São Paulo desde 1994, como designer gráfica em projetos de cenografia, fanzines, design e toy art. Desde 2013, dedica-se à pintura mural, criando obras para clientes, empresas e muros nas ruas de SP. Também trabalha com cenografia, bordado, colagem e concreto.
Luma Assis é artista

Mariana Guardani
A obra Decantador de Sonhos converge arte e neurociência em um laboratório fictício de análise de sonhos, traumas e distúrbios, como se fosse possível representar, em matéria, a complexidade da consciência e inconsciência humanas.
A base é a literatura de neuroanatomia, psicanálise e ficção científica. Os resultados são manchas codificadas, apresentadas como pranchas de análise, feitas por testes e experiências em diferentes materiais.
As obras apresentadas são criadas a partir de uma rotina adotada no ateliê, de caráter processual e de experimentação científica. A prática consiste em tentativas de lidar com o acaso, numa perspectiva de busca pelo controle do ácido na queima das chapas de alumínio e nas matrizes de gravura; controle na dispersão dos pigmentos por capilaridade em papéis, na dissolução em parafina e no processo de decantação de tintas nas vidrarias de laboratório.
A instalação simula a narrativa clínica, na qual a metáfora da decantação de sonhos materializa-se nos trabalhos expostos.
Mariana Guardani é artista e arquiteta

Moara Tupinamba
Moara vem construindo sua obra como quem atravessa territórios — entre o visível e o invisível, entre a floresta e a cidade, entre o pacífico e a guerreira. A pesquisa nasce da experiência de ser uma artista Tupinambá contemporânea que habita múltiplos mundos e busca costurá-los com a linguagem da arte. Na obra Entre Mundos, Moara retorna a esse movimento de passagem, revisitando símbolos que atravessam sua trajetória — o corpo como território, o bordado como veia viva e a cor como memória ancestral. Cada trabalho é, para ela, uma forma de escuta: do tempo, da terra e dos seres que me habitam.
Moara Tupinambá é uma artista brasileira, curadora, designer, ilustradora, comunicadora e ativista dos direitos indígenas.

Tania Sassioto
Esta série de gravuras foi idealizada para retratar os diferentes mitos, originados em diferentes tempos e culturas, para a exposição A alma humana, você e o universo de Jung, e realizada no Atelier Piratininga.
As gravuras retratam de forma simbólica Exu (xilogravura), Maire-monan (água tinta), Toth (água tinta), Ganesha (água forte, ponta seca, lavis) e Hermes (água forte, água tinta e lavis). Estes deuses representam mensageiros que conectam humano e espiritual, divino e submundo, consciente e inconsciente. O processo de criação das obras para a exposição fez com que a artista passasse a lembrar vividamente de muitos sonhos, cujas imagens definiram o que está nas gravuras.
Tania Sassioto é gravurista

Vanessa Hassegawa
Como uma mulher amazônica, Vanessa vem de um lugar em que o tempo e os corpos são regidos pelas águas-rios-estradas, sua condição de existir passa por esse cruzamento infinito de caminhos. É artista e pesquisadora de dança e é desta forma que recebeu o convite-desafio de criar uma videodança direcionada à teoria dos complexos, de Carl Gustav Jung. As escutas, as leituras e visitas às dores funcionaram como um impulso ao corpo em sua expansão, numa amplificação dos poros, da alma e especialmente da carne. Nesta videodança que alia dança, performance e audiovisual, foi assaltada por complexos, que a endereçaram de forma autônoma, intensa e desafiadora, tal como acontece na vida. A videodança, nesse contexto, se torna um espaço de manifestação simbólica tendo o movimento como linguagem do inconsciente.
Vanessa Hassegawa é artista e pesquisadora de danças, mestra em Artes da Cena pela Unicamp, doutoranda em Artes Contemporâneas pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e estudou na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil.

Victor Santos
O convite para recriar tridimensionalmente figuras d’O Livro Vermelho, desenhadas por Carl Gustav Jung, tomou Victor Santos de espanto. Ao ser apresentado ao conceito de inconsciente coletivo, compreendeu na pele de onde surgem as imagens que o visitam desde sempre.
Lembrou-se de inúmeras experiências com o carnavalesco Joãozinho Trinta, na escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, com quem trabalhou como figurinista. Segundo Victor, em meio às criações dos desfiles, Joaozinho invariavelmente caia em sono profundo no galpão e, ao retornar à vigília, trazia ideias, mudanças e compreensões. A criação e produção das figuras fantásticas d’O Livro Vermelho para a exposição A alma humana, você e o universo de Jung foram feitas em galpão envolto por aura misteriosa.
Victor Santos é carnavalesco e técnico em edificações

Vieira de Xangô
O artista propõe, por meio de relevos escultóricos, uma investigação visual sobre as imagens arquetípicas de “lar”. São formas simbólicas que atravessam diversos repertórios culturais e mitológicos: a casa, o templo, o jardim oculto, as caravanas dos povos nômades, o fogo primordial que reúne e aquece as comunidades humanas, a cabaça-útero ancestral, o pássaro que protege e gesta seus ovos, as conchas espiraladas que evocam a origem marítima da vida na Terra, e o alimento partilhado que sustenta o convívio e o pertencimento.
Compondo um mosaico de imagens-formas-arquetípicas, a silhueta humana se repete, em movimento contínuo, buscando o retorno ao lar — metáfora da jornada interior e do reencontro com o Si-mesmo.
Vieira de Xangô é artista visual e pesquisador. Mestre e doutor em Design pela Universidade Anhembi Morumbi, iniciado no Candomblé de tradição nagô-ketu para o òrìṣà Ṣàngó, na Comunidade da Compreensão e da Restauração Ilé Àṣẹ Ṣàngó (CCRIAS), em Mairiporã – SP.
